sábado, 15 de outubro de 2016

DOS CAÇADORES DE POKÉMON, AO CONVÍVIO DIÁRIO COM AS REALIDADES VIRTUAL E AUMENTADA


Nada mais bobo do que sair por aí à caça de Pokémon. E, pior, colecionar. Bom, pelo menos, esse joguinho serviu para fazer um mundo de gente se levantar de suas cadeiras, da frente das telas de seus computadores, pegar seus dispositivos móveis e cair no mundo real, andando a pé, mesmo, em busca dessas criaturinhas virtuais, como se disso dependesse a sua própria sobrevivência.


O negócio é que, por trás dessa brincadeirinha, aparentemente inocente e inócua, existe um universo de possibilidades que, desde décadas, vem sendo desenhado com uma mistura do mundo real com o mundo virtual. Desde os primórdios do cinema, onda a ilusão visual era uma ferramenta decisiva na construção de uma realidade fora dos padrões normais, concebida por Harold Lloyd, cuja cena mais famosa é o seu personagem pendurado em um relógio, no alto de um prédio. Alguns anos depois, Hollywood colocou o ator Gene Kelly cantando e dançando com os personagens do desenho animado, Tom & Jerry. Na saga de Guerras na Estrelas, Luke Skywalker luta contra Darth Vader sobre um abismo, no interior da Estrela da Morte. Nos dias de hoje, poucas cenas de perigo são produzidas em ambiente real. Essa mistura do real com o virtual foi muito usada pela televisão, em tempo real, outra expressão comum da década de 1990, nas transmissões de partidas de futebol, inserindo marcas, logotipos e placas nas beiradas dos campos, nos gramados, nas arquibancadas ou em qualquer outro lugar, de forma a perecer que aquilo está lá, realmente. Junto com isto, cientistas da tecnologia desenvolviam óculos de 3D, enormes e pesados. Depois veio o Google Glass, feios, incômodos e deselegantes.



O futuro se escancara diante dos nossos olhos, com os digital maps, digital globes e street views. Você Não precisa mais ir lá para conhecer. Passear por ruas, praças, praias e até um mergulho no Mediterrâneo, no litoral das ilhas gregas, pode ser feito virtualmente.



O próximo passo são carros equipados com tecnologias onde os motoristas serão dispensados, os obstáculos das ruas antecipadamente visualizados, cirurgias executadas sem métodos invasivos, exames de órgão em projeção holográfica, com visão tridimensional, com o mapa anatômico detalhado do órgão e todos os seus problemas. As pessoas terão implantadas micro sistemas, altamente complexos, de inteligência artificial, em seus organismos, que transmitirão todo tipo de informação desejada, instantaneamente. Tudo vai mudar. As relações sociais, econômicas e políticas. Com a chegada da internet das coisas, quando eletrodomésticos, como geladeiras e fogões, serão ferramentas de coleta de informações relevantes para o dia-a-dia, como a hora de tomar o remédio, de comprar os mantimentos e outras atividades prosaicas da casa, da escola, do trabalho e das instituições sociais. Aliás, o que mais deverá sofrer mudanças, será o ambiente do trabalho. Hoje, mesmo, parte do meu tempo de trabalho é cumprido em casa e os trabalhos são enviados pela rede, com o mínimo de uso de papel, tinta, pincéis, lápis, canetas e outros utensílios para execução do trabalho.



A produção de textos e imagens são, em sua maior parte, produzidos virtualmente, em computadores de mesa ou em dispositivos móveis. É o mundo real sendo invadido pelo mundo virtual e pela realidade aumentada. Em pouco tempo, muito pouco tempo, tudo estará conectado, aparelhos elétricos e eletrônicos, utensílios domésticos e profissionais, inclusive roupas.

A informação unipresente cria muitas e infinitas possibilidades de mercado. Possibilidades nunca, antes, imaginadas. Identificar, plenamente, um cliente potencial, a pessoa, saber do que gosta, o que come, seus horários, seus problemas de saúde, suas potencialidades físicas e, com isso, poder oferecer soluções individualizadas e personalizadas, ajustada ao perfil único desse usuário, muda e vira pelo avesso todas as concepções dos modos de produção, de comercialização, de Marketing e de toda a logística, uma vez que, a produção e comercialização de bens, e a oferta de serviços será toda particularizada e distinta, com a eliminação de depósitos, armazéns e transporte de grandes volumes.

As ferramentas de Comunicação estarão sob o total controle dos usuários, que fruirão o que quiserem, na hora que quiserem e aonde estiverem. Falar com essas pessoas vai ser uma tarefa duríssima para os profissionais de Marketing e Comunicação. Nada será como conhecemos, hoje. Por outro lado, com a internet das coisas, como chamamos atualmente, as opções de veiculação de material promocional serão muito mais distintas e criará uma interatividade plena e muito mais efetiva entre a demanda e a oferta. Mais importante é compreender que todo os processos produtivos, desde a percepção dos desejos e necessidades, distribuição e comercialização de produtos e serviços, sofrerão mudanças drásticas, determinando o fim definitivo do mercado de massas. Estaremos no ápice do mercado individual.



Da mesma maneira que aproxima todas as pessoas, as novas tecnologias vão tornar as relações pessoais, cada vez mais virtuais, aumentando a distância entre os indivíduos. Mas isso não é o fim, é o princípio de um admirável mundo novo que, nós, os mais velhos, deverão se acostumar com ele, e se acomodarem a ele.

AS ELEIÇÕES E OS MERCADOS


Uma coisa é preciso saber e incorporar. Políticos não são produtos, nem são marcas, são prestadores institucionais de serviços, servidores públicos, eleitos pelo voto popular para fazer valer e administrar os serviços básicos para toda a população. São gestores e fiscais da “coisa pública”, que muitos imaginam que não tem dono. Muito ao contrário, há um contrato social que reza serem todos os cidadãos, donos e senhores desta “coisa pública”. O mau uso da “coisa pública” faz com que os administradores não sejam dignos da confiança dos donos dessa coisa.

Assim, como prestadores de serviços, ou seja, administradores e fiscais dos serviços públicos, devem agir como administradores escolhidos, dentre toda a população, para gerir com competência e rigor contábil, com confiança, lisura e transparência, prestando contas em relatórios periódicos aos proprietários dessa grande sociedade anônima, que é o Ente Estatal, não importando seus nomes, partidos ou procedência. Mas devem ser pessoas, pelo menos, minimamente confiáveis.

Como num balcão de mercadinho, as campanhas eleitorais vendem candidatos que, tais como refrigerantes, eletrodomésticos ou detergentes, prometem tempos mais refrescantes, a melhor imagem ou limpar mais limpo. Isso não contribui para a boa informação, nem para a melhoria da qualidade dos serviços, nem para o aperfeiçoamento das relações entre prestador dos serviços e usuários, porque não limpa o que dever ser, sempre, muito limpo, só piora a qualidade da imagem e só aquece os ânimos entre as partes. E nem aprofunda a densidade do conteúdo que, em sua maioria, é raso, inconsequente e enganoso.

Os mercados estão antenados com todos os movimentos que ocorrem em seu interior e no seu entorno. E vai se ajustando com o desenrolar desses eventos, para o bem ou para o mal.

Enquanto candidatos se comportarem como produtos, que podem sem consumidos tais como lanches rápidos, que não alimentam, com atitudes completamente adversas dos desejos dos Mercados, pode-se dizer, aqui, eleitores, ficarão expostos a situações vexatórias, tornando-se ridículos e alvo de chacota, ou, até mesmo, ao imponderável.

Políticos geralmente se sentem donos da verdade, acreditam que sabem tudo sobre o eleitorado, que sabem convencer até aqueles que são, historicamente, contrários às suas ideias. Não ouvem conselhos sensatos nem contratam conselheiros sensatos. Preferem ouvir o que querem ouvir e nem querem ouvir o que precisam ouvir. Não raro, escorregam em declarações desastrosas, absurdas, discordantes, anacrônicas ou completamente descabidas, numa aberta agressão à nossa inteligência.

Política não deveria ser feita para grupos, nem para partidos, mas para todos. As ideias e ideologias podem, via de regra, serem completamente opostas, mas o objetivo deveria ser o bem comum, não o enriquecimento fácil, pelo uso do dinheiro que “não tem dono”, como muitos querem acreditar. Dividir políticos em categorias, como produtos industriais, acirra as diferenças e aumenta o nível de tensão entre os extratos sociais, o que acaba se refletindo nas relações econômicas. E, aquilo que deveria funcionar para manter o equilíbrio de forças nas relações sociais e de classe, descamba para o conflito de interesses pessoais, para a violência entre grupos de interesse e para o conflito silencioso da violência das ruas, entre “incluídos” e “excluídos” que, via de regra, estão no mesmo barco, com todos brigando entre si, na busca insana pelo controle e o comando de uma embarcação sem rumo e sem destino, em meio a uma tempestade inclemente. Frente a uma situação dessas, só há uma certeza, a do naufrágio. Um destino que foi decidido por todos.


terça-feira, 15 de março de 2016

MARKETING AMBIENTAL E ECONOMIA VERDE




Provavelmente seja do conhecimento de todos que várias instituições desenvolvem projetos e programas ambientais, baseados em práticas sustentáveis, com o objetivo de garantir qualidade de vida para as pessoas e uma maior e melhor integração entre o ser humano e o ecossistema, na busca permanente de uma convivência não predatória, com o uso racional dos recursos naturais. Tudo isso porque o consumo predatório já mostrou que o rumo que essa maneira de viver não nos levará a bom lugar.

Uma das maiores preocupações do marketing ambiental é a destinação responsável de resíduos. Por isso, enquanto profissionais, ligados a alguns órgãos de viés ambiental, estamos planejando -e discutindo- ações permanentes e projetos econômicos ambientalmente responsáveis, a partir das ideias de Economia Circular, Economia Verde, Logística Reversa e Reaproveitamento de Resíduos, cuja implementação reduzirá, se utilizada em nível global, 60% da dependência da exploração dos recursos naturais, com um ganho real de 4,5 trilhões de dólares, no período de um ano, o que equivale a 5% da economia mundial.



Com sistemas de logística mais integrados, unidades industriais menores e mais próximas dos centros de distribuição, estes, também, menores e mais próximos dos centros de consumo, os sistemas de transporte poderão atingir o máximo de eficiência, com menor custo econômico e ambiental, o que estimula maior sinergia entre produção e consumo, com o uso de novas tecnologias em veículos elétricos e outras alternativas de matrizes energéticas não fósseis e não poluentes.

O propósito de toda cadeia de convivência é despertar cada indivíduo para a necessidade de mudança de paradigma nas relações de consumo, esclarecendo que não há necessidade de destruir a própria casa para ganhar mais dinheiro. Ganhar mais dinheiro significa, também, reduzir desperdícios, sejam eles na produção, na logística ou na ponta do consumo. Por isso, empresas e pessoas precisam repensar suas operações e seu modo de vida para proteger o meio ambiente, ganhar dinheiro e ter uma vida melhor, com mais conforto.