sábado, 30 de março de 2013

MENTIRINHAS, MENTIRAS E ESTATÍSTICAS



Mark Twain era escritor. Estadunidense, autor de grandes livros juvenis como “As Aventuras de Tom Sawyer” e “ As Aventuras de Huck Finn”, com suas tiradas e sacadas irônicas e inteligentes, elevou o bom senso à categoria de arte pura. Foi ele quem melhor conceituou e deu a idéia definitiva sobre o que é a mentira. Segundo Twain, existem três maneiras de mentir, a primeira é a MENTIRA, pura e simples; a segunda é a MENTIRA DESLAVADA, descarada e sem um pingo de caráter, se é que mentir tem algum vestígio de caráter; a terceira são as ESTATÍSTICAS.


Partindo desse princípio, podemos perceber que, nestes tempos em que tentamos levar a vida em frente, a mentira tornou-se uma forte moeda de influência, uma maneira lucrativa de viver. Ela se faz presente , segundo a ordem supracitada, nas escolas, nas igrejas, nas redes sociais, na política e nos governos. Todos mentem sem culpa ou qualquer vestígio de remorso, os políticos e muitos religiosos mentem sem o menor pudor e, quando chamados às falas, se comportam como se tivessem sofrido injúria grave. Já os governos usam as estatísticas.

Não vamos discutir, neste momento, a importância das redes sociais, isso é papo pra outra hora, nem sua relevância na vida das pessoas e das empresas, contudo, o uso dessa ferramenta de relacionamento pode ser feito de forma inteligente e que redunde em crescimento pessoal e profissional. Uma maneira rápida de manter contato com amigos distantes e de monitorar o comportamento do consumidor, de construção e/ou destruição de reputação de pessoas, instituições e, até, países. O uso das redes sociais, como de ferramentas religiosas e educativas, usados com bom caráter, com ética e senso de responsabilidade, promove ganhos em todos os níveis, para todos. O contrário redunda em descrédito. As mentiras podem durar algum tempo, mas, com o andar da carruagem, ou seja, o próprio tempo se encarrega de lançar luz sobre todas as coisas. Há uma diferença muito sutil entre a MENTIRA e a MENTIRA DESLAVADA. A primeira pode ser uma forma de defesa, dependendo da situação, que pode se tornar um problemão quando descoberto, portanto, um recurso desnecessário e pouco inteligente.

Quanto aos políticos, bem..., todos sabem que eles são mentirosos contumazes e muitos não têm jeito, mesmo. Todo mundo já conhece essa história. Todos são assim, mentirosos, ardilosos, descarados... e não vou perder meu tempo para falar mais de um assunto tão nauseabundo.

Os governos, estes sim, são mestres em mentir. Mentem tão bem que até eles mesmos passam a acreditar em suas mentiras. E mais, são capazes de “enrolar” até o mais perspicaz dos interlocutores ou observadores. Os governos usam uma maneira muito sutil e elaborada de mentir, usando verdades (de verdade, mesmo!) para formular suas grandes mentiras. Não estou falando de sofismas, onde se parte de premissas falsas para se estabelecer uma verdade, ou vice-versa, dependendo do objetivo. O sofisma é alguma coisa que requer pensamento articulado, inteligência refinada e raciocínio arguto. Estou falando das ESTATÍSTICAS.

As estatísticas têm como objetivo provar que aquilo que quem comprou a pesquisa deseja que seja uma verdade, se estabeleça como verdade. E isso com o uso dos números, da matemática. Albert Einstein dizia que “os números não mentem, mas os mentirosos fabricam números”. Esse é o caso do superapregoado fim da miséria, no Brasil, pela gestão Dilma Rousseff, que tem data e hora mascadas para acabar. Para piorar, tem um valor estabelecido, R$ 70,00 (setenta reais) por mês. Essa é a verdade do Governo Dilma. Nem os grandes mentirosos dos tempos do “milagre econômico”, liderados por Delfim Neto, urdiram tal coisa.

A gente começa a ficar imaginando como é sair da miséria, com essa fortuna de setenta reais todo mês, na conta bancária, bancados pelo Governo Federal, que, afinal de contas, usa o dinheiro de contribuinte para tirar os miseráveis da miséria. Que país bacana, esse, não teremos que dar esmola para mais ninguém. Quando dermos de cara com um pedinte, poderemos ter certeza de que estarmos diante de um legítimo representante da classe média brasileira, com conta bancária e crediário em loja popular de eletrodomésticos. Sendo isso o que o Governo do Brasil quer que a gente acredite, então a gente vai acreditar, desde que a gente não olhe para fora das nossas janelas ou que fechemos os olhos para a realidade.

Para retirar um povo inteiro da miséria, é necessário, antes, criar e operacionalizar as possibilidades de educação e saúde, universal e de qualidade. É fundamental que os governos tenham o compromisso com o futuro, investindo pesado na educação fundamental, de alta qualidade, onde o aluno aprenda a gostar do conhecimento, onde a criança desenvolva sua capacidade de ler as realidades, de interpretar o mundo à sua volta de maneira crítica e criativa, explorando todo o potencial de crescimento de alunos e professores, para que, esses alunos, chegando ao Ensino Médio e Superior, não sejam, apenas, portadores de diploma, mas sejam proprietários de competência e inteligência criativa e, além disso, responsabilize, criminalmente, pais e/ou responsáveis que não cumpram a lei, no que se refere à situação da obrigatoriedade de criança na escola, na idade própria. Mas, no Brasil os governos não têm apreço pelas obras dos outros, só eles são competentes e agem como se “nunca, antes, na história desse país” houvesse alguém que possa fazer alguma coisa boa. Se bem que, pessoalmente, não acredito que políticos possam fazer alguma coisa boa.

Quando governos dão mais importância à estética do que ao conteúdo, priorizando computadores no lugar de valorizar a inteligência, porque não adianta ter computadores de última geração nas mãos de pessoas que não sabem raciocinar, fica claro que não querem mudar nada, muito menos o status social e econômico da população. Basta dar alguns passos pelas ruas da cidade para chegar à constatação dos fatos.

O problema é que todos eles se esqueceram do slogan daquele seriado, meio estranho, o Arquivo X, que diz: “... A Verdade Está Lá Fora!”. É só olhar em volta.



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